O Brasil tem mandado bem no que diz respeito à reciclagem em setores específicos. O melhor exemplo vem do mercado de latas de alumínio, segmento que recicla quase 100% das latas que produz, colocando o país entre os principais líderes mundiais nessa área. Em 2016, foram reaproveitadas 97,7% das 286,6 mil toneladas de latas fabricadas, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Lata de Alumínio para Bebidas (Abralatas).
Quando, porém, olhamos o mapa nacional da reciclagem, o cenário é crítico. Afinal, reciclamos apenas 3% de todo o lixo produzido no país, de acordo com estudos da Associação Brasileira das Empesas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Um dos setores em que fazemos feio, e muito, é o do lixo eletrônico. Somos o principal gerador na América Latina, com uma produção de 1,5 milhão de toneladas em 2016. No continente americano, perdemos apenas para os Estados Unidos, que fechou o mesmo período com 6,3 milhões de toneladas produzidas.
Resultado da vida moderna, o lixo eletrônico reúne computadores, telefones celulares, televisores, rádios, etc. Trata-se de resíduos altamente prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Isso porque os equipamentos eletrônicos contêm substâncias químicas (chumbo, mercúrio, cobre, alumínio)que podem contaminar o solo e a água. Estima-se que anualmente sejam produzidas no mundo mais de 40 milhões de toneladas de sucata eletrônica.
Para falar sobre esse tema aos nossos colaboradores, o Projeto Terra Tecmach recebeu a Coopermiti no último dia 7. Cíntia Pereira, gerente de novos negócios da cooperativa, apresentou dados interessantes sobre os riscos que decorrem do descarte incorreto do lixo eletrônico.
O cobre, por exemplo, é capaz de afetar o fígado; o mercúrio, por sua vez, pode provocar lesões no cérebro e comprometera saúde de mulheres gestantes, bem como o desenvolvimento do feto. “Sabemos que ninguém, ao ser exposto a essas substâncias, ficará doente da noite para o dia. Mas o contato por um longo período poderá comprometer a saúde e de maneira séria”, explicou ela.
A Coopermiti (www.coopermiti.com.br) é uma das principais cooperativas de São Paulo dedicadas à reciclagem de lixo eletrônico e também possui um museu tecnológico,que reúne objetos que fizeram história. Nos próximos dias, vamos instalar na Tecmach uma coletora de resíduos da Coopermiti, para que possamos estimular o descarte correto.